Manaus, 01/07/2024

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ADÉLIO DISSE QUE TENTOU MATAR BOLSONARO PORQUE O PRESIDENTE É UM ‘IMPOSTOR’

ADÉLIO DISSE QUE TENTOU MATAR BOLSONARO PORQUE O PRESIDENTE É UM ‘IMPOSTOR’
27/11/2020 14h40

Em depoimento para a PF (Polícia Federal), Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado à faca contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na campanha presidencial em 2018, chamou o ex-deputado federal de “impostor”, e disse que tinha um “desejo pessoal” de matar o ex-presidente Michel Temer (MDB).

No depoimento, revelado hoje em vídeo pela revista Veja, Adélio afirmou que tinha motivações tanto políticas como religiosas para atentar contra a vida de Jair Bolsonaro, e que apenas atendeu a um chamado de Deus.

“Quando ele (Deus) disse [para matar Bolsonaro], eu fiquei até surpreso. Na política, o que eu tinha interesse mesmo era o Michel Temer. Esse eu tinha interesse”, disse Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada contra Bolsonaro em 2018.

Motivo político e religioso

Perguntado por quem Adélio chama de “Doutor Rodrigo” sobre se “a motivação [para atentar contra a vida de Bolsonaro] é aquela que o senhor alegou anteriormente”, o autor da facada reafirmou: “As duas, as duas, as duas. A política e a religiosa… Bolsonaro é um impostor”, disse.

“Ele [Bolsonaro] se tentou passar como um homem, digamos assim, na linguagem popular, um homem de Deus”, afirmou Adélio em seguida, explicando porque considera o presidente um “impostor”. “Aí veio uma revista com um deles que fala que o Bolsonaro é católico, embora foi batizado no Rio Jordão pelo Everaldo, pastor Everaldo”, prosseguiu.

“Muitos evangélicos acreditavam que ele fosse evangélico. Ele tentou plantar essa imagem que fosse evangélica, mas não era. Ele é um impostor. Meramente um impostor. Para tentar se apropriar do voto do meio protestante”, finaliza.

Medo de morrer No dia do atentado em Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, Adélio relatou ter tido apenas um medo: de morrer. Adélio disse que avistou Bolsonaro pela primeira vez no dia do atentado em cima de um carro.

Ao redor do então candidato, apoiadores gritavam “Mito, Mito!”. Mais distantes, mulheres protestavam gritando “Lixo, Lixo!”. Ao olhar para trás, Adélio afirmou ter avistado um policial fardado. “Eu falei ‘Pô, vou tomar uma rajada na nuca'”, relatou.

Adélio narrou ter, na hora, pensado que se tivesse uma arma de fogo ao invés de uma faca, “seria inevitável”. “A distância era curta […] Era ruim para chegar com a faca. Mas curta demais se eu tivesse com uma arma de fogo. Só que é aquela coisa… Tinha um policial atrás de mim”, afirmou.

“Se eu tivesse uma arma e sacasse, se não fosse muito rápido, ele me derrubaria antes. Porque a distância dele para mim tinha uma linha de fogo aberta, digamos assim”, afirmou. No depoimento, Adélio relatou ter pensado em desistir do atentado por várias vezes.

“Pessoal empurrando, empurrando. Parece que ele se assustou com a atitude da multidão, jogaram ele para dentro da Câmara Municipal [de Juiz de Fora] e aí já era. Não vai ter jeito. Ali eu pensei em desistir”, disse. Ao tentar o ataque pela primeira vez, Adélio disse que uma senhora começou a passar mal ao seu lado e foi ajudá-la, tirando-a da multidão.

“Tentei entrar de novo na multidão. Foi, foi, foi. Até que chegou um ponto que falei: dá para tentar. Acabei atingindo o alvo, de uma forma meio distante relativamente, mas atingi o alvo”, narrou. FBI e Eduardo Bolsonaro.

Via UOL

 

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