Manaus, 01/07/2024

Brasil

Enfermeira processa família de Zagallo por assédio moral

Enfermeira processa família de Zagallo por assédio moral
20/05/2024 09h20

No Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, corre um processo em segredo de Justiça movido por uma enfermeira contra a família do lendário ex-jogador e treinador de futebol brasileiro, Mario Jorge Lobo Zagallo. A profissional, responsável por cuidar de Zagallo em seus últimos dias de vida, alega ter sido vítima de assédio moral por parte de Mario Cesar, filho caçula do ex-técnico, e busca uma indenização no valor de R$ 328.115,27.

Zagallo faleceu em janeiro deste ano, aos 93 anos, e a enfermeira, cujo nome não foi revelado, afirma que estava presente no hospital até o dia do óbito. O processo foi iniciado em abril, demandando FGTS, multa, 13º salário, férias proporcionais e vencidas, além de outras verbas rescisórias e indenização por assédio moral.

De acordo com a enfermeira, durante a pandemia, com a ausência da funcionária da limpeza, ela foi sobrecarregada com tarefas extras, como limpeza do banheiro, passar roupas e preparação das refeições de Zagallo. Ela descreveu o ambiente de trabalho como “hostil e humilhante”, alegando que Mario Cesar dava ordens agressivas e muitas vezes acompanhadas de gritos.

A situação se agravou quando, em um grupo de WhatsApp criado pelo empregador, Mario Cesar teria feito comentários depreciativos sobre o desempenho da enfermeira, sugerindo que ela realizasse tarefas adicionais enquanto o idoso dormia, e expôs vídeos criticando a higiene do banheiro.

A enfermeira relatou ainda que precisou levar Zagallo às pressas ao hospital em um dia em que o filho do ex-jogador questionou sua competência, criando um ambiente de constrangimento e humilhação.

Segundo consta no processo, a dependência do salário para seu sustento pessoal tornou a enfermeira vulnerável à situação abusiva, forçando-a a suportar o ambiente hostil em que trabalhava.

Ao ser contratada em julho de 2017, a enfermeira afirma que Zagallo estava lúcido, mas necessitava de auxílio para atividades básicas. Seu salário era de R$ 2.400, com a realização de seis plantões de 24 horas por mês na residência do ex-técnico, com um acréscimo de R$ 400 por plantão emergencial ou excedente. Ela foi dispensada em 5 de janeiro deste ano, por ocasião do falecimento de Zagallo.

Apesar das tentativas de contato, Mario Cesar, que também é inventariante da herança de Zagallo, não respondeu às mensagens ou ligações da reportagem. O escritório de sua advogada informou que ela não estava disponível para fornecer contato direto.

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