Mas não contavam que se tratava de uma casa rodeada de árvores e pinheiros.
“Os ventos podiam ser ouvidos, parecia um grande monstro da televisão”, disse esta contadora de origem salvadorenha que conversou com a AFP durante a aterrorizante calma do olho do furacão. “Agora vem a segunda parte”.
“Primeiro uma árvore caiu e quando ouvimos outro barulho, foi como se o vento a empurrasse para dentro, em um quarto”, contou. “Eu estava dentro daquele quarto uns cinco minutos antes”.
A água entra na casa pelo quarto e pelo telhado, onde incontáveis objetos caíram, segundo Beltrán. Ela e seu parceiro se apressavam para colocar toalhas “e outras coisas” para tentar bloquear o furacão.
“Há muitas árvores em cima da casa agora, estão destruindo a casa”, continuou.
Mas as autoridades advertiram que as ondas podem elevar o nível do mar a até 3,6 metros, e essa possibilidade paira sobre Beltrán e sua família.
A casa está a poucos metros da baía e a água está subindo.
“O que está nos preocupando é que a água suba tanto que chegue à casa”.
As autoridades advertiram incessantemente residentes para que deixassem a área antes que Michael atingisse a faixa noroeste da Flórida, que por sua geografia é conhecida como “panhandle” em inglês e que se estende ao longo do Golfo do México.
Centenas de milhares de pessoas receberam ordens de evacuação obrigatória, mas o governador disse nesta quarta-feira aos moradores que quem não saiu deve ficar em suas casas porque é tarde demais para partir.
Em seu último boletim, o Centro Nacional de Furacões (NHC) rebaixou o furacão para a categoria 3, depois que os ventos diminuíram um pouco e caíram para 205 km/h, enquanto o centro da tempestade entra no continente.