07/11/2024 14h00
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que solicitará ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma autorização especial para viajar aos Estados Unidos, caso seja convidado para a posse de Donald Trump, presidente eleito.
Bolsonaro, que tem seu passaporte retido pelo STF como parte de uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe para se manter no poder, espera que o ministro Alexandre de Moraes autorize sua presença na cerimônia marcada para o dia 20 de janeiro de 2025.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Bolsonaro disse estar disposto a pedir ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para viajar. Ele afirmou, ainda, que, possivelmente, será “a única pessoa do Brasil” convidada por Trump para a ocasião, além de afirmar que, na sua visão, a ausência do atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seria notável.
“Ele [Moraes] vai falar ‘não’ para o cara mais poderoso do mundo? Eu sou o ex. O cara vai arranjar uma encrenca por causa do ex?”, questionou Bolsonaro, que também afirmou que Trump não convidaria Lul.
O ex-presidente do Brasil justificou sua relação próxima com Trump, lembrando que, ao longo de seu mandato, sempre tratou o republicano “sabendo o seu lugar”.
Solicitações negadas
Bolsonaro revelou que teve três solicitações de viagens negadas pelo ministro Alexandre de Moraes, incluindo uma para visitar Trump na residência de Mar-a-Lago, na Flórida, onde o então candidato acompanhou a apuração dos votos ao lado do convidado. No entanto, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), esteve presente no evento em Mar-a-Lago, junto com outros apoiadores, como o ex-ministro Gilson Machado.
Eduardo Bolsonaro, que compartilha laços de amizade com Trump, foi um dos 85 convidados para acompanhar a apuração da eleição. Jair Bolsonaro afirmou que Trump o “tem como uma pessoa que ele gosta”.
Investigação
Além das restrições de viagem, Bolsonaro enfrentou a pressão de uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe em 2022, quando foi derrotado nas eleições por Lula. Bolsonaro rebateu as acusações durante uma entrevista, dizendo:
“Há 2 anos querendo me incriminar como golpista, vai a merda, porra”.