28/11/2024 16h10
A reação negativa do mercado aos anúncios feitos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), sobre o pacote de corte de gastos e o aumento da isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil fez com que o dólar atingisse a marca histórica de R$ 6 na manhã desta quinta-feira (28). Por volta das 11h45, a moeda americana teve leve redução e estava cotada a R$ 5,98.
O aumento ocorre como reação dos investidores à coletiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em especial à proposta do governo de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, o que deve comprometer o arcabouço fiscal, mesmo com a adoção das medidas de contenção de despesas anunciadas.
De acordo com Haddad, o impacto das medidas de cortes de gastos é de R$ 30 bilhões em 2025 e de R$ 40 bilhões em 2026, conforme já era esperado pelo mercado. A correção do salário mínimo terá reajuste na regra do arcabouço, entre 0,6% e 2,5%. Como forma de compensar a perda de receita com a medida, o governo anunciou maior taxação dos que ganham acima de R$ 50 mil.
O envio do projeto de lei sobre IR, no entanto, deve ficar para 2025. A medida deve beneficiar com isenção quem ganha até R$ 5 mil e redução para quem ganha entre R$ 5 mil a R$ 7,5 mil. Já a taxação de renda mais alta será progressiva para quem tem renda total acima de R$ 50 mil por mês.
Segundo a Warren Investimentos, porém, as medidas são insuficientes para o equilíbrio fiscal, que calcula um custo de ao menos R$ 45,8 bilhões com o aumento da faixa de isenção do IR. De acordo com a consultora econômica Tendências, isentar quem ganha até R$ 5 mil deixaria apenas 15% da população na base de cobrança do Imposto de Renda.