17/07/2024 14h20
O juiz Rafael Rodrigo da Silva Raposo, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), decidiu manter a prisão preventiva dos motoboys Yuri D’avila Oliveira da Silva, de 29 anos; Richarley Cavalcante Araújo, de 30 anos; e Lucas Henrique Ribeiro da Silva, de 26 anos. Os três foram detidos na última terça-feira (16) sob acusação de tentativa de homicídio contra Paulo Romeu, um morador de condomínio na zona centro-sul da capital amazonense.
A decisão foi tomada após audiência de custódia realizada na tarde de terça-feira, onde o juiz Rafael Raposo avaliou que todas as formalidades legais foram cumpridas na execução dos mandados de prisão. A Polícia Militar (PM) atribui ao trio o crime de tentativa de homicídio, ocorrido durante uma confusão na noite do último domingo (14).
Segundo relatos, a altercação começou quando Paulo Romeu se desentendeu com Lucas Henrique, que estava fazendo uma entrega no condomínio. Lucas alega ter sido ameaçado por Paulo, que estava armado com um terçado. Vídeos gravados por Lucas mostram Paulo danificando a moto do entregador com a arma. Em resposta, Lucas chamou os colegas Yuri e Richarley, que invadiram o condomínio e agrediram Paulo.
Vídeos que circulam nas redes sociais capturaram o momento em que Paulo, segurando o terçado, é cercado pelos motoboys, que o atacam com capacetes. Paulo é visto caindo ao chão após ser atingido na cabeça e, em seguida, sendo chutado pelos agressores. A polícia pediu a prisão preventiva dos motoboys por entender que a ação configurou tentativa de homicídio.
O delegado Wenceslan de Queiroz, do 12º Distrito Integrado de Polícia, destacou a brutalidade do crime: “Foi executado com brutalidade, sem qualquer piedade contra a vítima, que não teve qualquer possibilidade de reação.”
A prisão dos motoboys gerou grande repercussão entre os entregadores de Manaus. Na tarde de terça-feira, dezenas de motoboys bloquearam a Avenida Paraíba, nas proximidades do Fórum Ministro Henoch Reis, em manifestação de apoio aos colegas detidos. Os manifestantes exibiam cartazes com frases como “Entregador não é criminoso” e “Motoboys não são criminosos”. Também se uniram em gritos de “legítima defesa não é agressão” enquanto formavam uma corrente de braços dados.