Manaus, 05/12/2024

Amazonas

Mortes do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira foram por vingança, conclui PF

Manifestantes protestam no aniversário de um ano da morte do jornalista Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira no Rio de Janeiro, em julho de 2023 • 05/06/2023 REUTERS/Pilar Olivares
Manifestantes protestam no aniversário de um ano da morte do jornalista Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira no Rio de Janeiro, em julho de 2023 • 05/06/2023 REUTERS/Pilar Olivares
04/11/2024 09h00

A Polícia Federal concluiu o inquérito referente ao duplo homicídio do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido em 5 de junho de 2022, nas proximidades da terra indígena Vale do Javari, em Atalaia do Norte (AM).

A investigação enviada à Justiça na última sexta-feira (1) confirmou que os assassinatos foram em decorrência das atividades fiscalizatórias promovidas por Bruno Pereira na região. A vítima atuava em defesa da preservação ambiental e na garantia dos direitos indígenas.

Em dois anos de investigação, a PF indiciou nove investigados, inclusive o mandante do duplo-homicídio, que foi identificado no relatório final.

O mandante apontado pela polícia é Rubens Villar, conhecido como “Colômbia”.

Segundo a Polícia Federal, ele forneceu cartuchos para a execução do crime, patrocinou financeiramente as atividades da organização criminosa e interviu para coordenar a ocultação dos cadáveres das vítimas.

Em janeiro do ano passado, a PF já havia apontado “Colômbia” como mandante dos crimes, mas esperou mais quatro meses para juntar provas para o indiciamento de assassinato e ocultação de cadáver.

Os demais indiciados foram responsáveis pela execução dos homicídios e pela ocultação dos corpos das vítimas.

O inquérito ainda revelou a atuação da criminalidade organizada na região de Atalaia do Norte (AM), ligada à pesca e caça predatórias.

A ação do grupo criminoso gerou impactos socioambientais, causou ameaças aos servidores de proteção ambiental e as populações indígenas. O coordenador do grupo criminoso foi identificado no relatório final da Polícia Federal e se encontra preso.

O inquérito foi remetido ao Ministério Público Federal para apreciação.

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